Tudo o que tu já sabes...

Posso falar-te de nós os dois

Um pouco daquele ponto galáctico

Da nossa virtude que passeia de mãos dadas com os defeitos que nos consomem.

Poderia contar-te o que é o mundo sem ti

Contar-te de uma forma mitológica, fórmulas de lendas esquecidas

Para te dar cor ao horizonte, e gargalhadas sonoras para me lembrar que ainda existes,

Mesmo que a existência seja algo duro, um facto consumado de um ser que não se vê e que vive remoído no silêncio.

Mas, eu queria tentar fazer-te rir, chorar, encantar pelo meu lado místico que outrora amaste, e como amaste, entre a serenidade e a pura eloquência, entre o degrau e a queda

Entre o norte e o sul, amaste de um forma tua, que só tu poderias sentir assim.

Louco! De traços inesperados, e passos arriscados, sem medo da subida íngreme, do cume da montanha ou do chão. Deixar-te-ia eu partir?!

Sem escolha,

Não fui a tempo de te agarrar, de te dar a mão, de te olhar nos olhos,

Quando te vi, Já estava cega, absorvida por um mar de lágrimas que me impeliam de ver a cor dos olhos, os lábios gretados do frio que me preenchia a alma, e estava impuramente só.

Posso falar-te do tempo que passa e tu não chegas,

Da chuva que cai e me acobarda

Dos meus terrores nocturnos

E da saudade abrupta e maior.

Posso até partilhar-te um pouco da dor que trago

Da falta que me fazes, dessa tua ausência crua e bruta que desabou em mim,

Que os meus olhos são tão verdes quando te vejo naquela estrela,

E tão sem cor quando o céu está cinzento.

Poderia falar-te de nós

De mim sem ti

Do que me lembro de ti…Mas tu já não saberás tudo isso acertadamente?!

Joana Sousa Freitas

29-Novembro-2005

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 29/11/2005
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