Carta a uma Querida

Carta a uma querida.

Amores passados, quando são sofridos, tornam-se assuntos delicados, doloridos, quando se prefere à lembrança deles, a foice, ao invés do coice, pela rapidez, evitando-se assim o choque e a dor, não dando tempo ao estupor, nessa rápida degola, quem sabe conseguindo-se depois o riso, nos versos da viola, para amenizar eventuais prejuízos.

E assim foi a vida de um rapaz chamado João, tinha um histórico de bom coração, peculiar, com seus amores passados, desenfronhados, sob o luar.

O karma de João, era atrair meninas, cujos corações só tinham rima, com a desilusão, como se João tivesse um ímã, para sofrimento amoroso, sem gozo, parecia até uma maldição.

Saboreando uma tarde de verão, João, encontrou a sua amiga Luciana, com quem com fé, se debruçou sobre um café, sem ainda pensar em levá-la para a cama.

Sentindo-se como o próprio senhor pé frio, ainda não no cio. Ele era o senhor, "não fuja de mim, como se fosse você, eu faria." E de fugir não pararia, nem na minha aposentadoria.

Era assim quando encontrava uma mulher interessante, os cachorros mijando nos hidrantes, alguma contrariedade acontecia, e antes de desabrochar, o namoro perdia a magia.

Diante de suas bebidas, Luciana lhe perguntou, como se sussurrasse o estribilho de um rock'n'roll: João, o que te parece essa cena insana, onde você só se envolve com pessoas que te trazem tanto drama?

João a olhou com aquela cara de mistério, que ela precisava resolver, para não se perder. "Sabe, Luciana, eu devo ter sido um conselheiro amoroso muito requisitado, em alguma vida passada" E os príncipes que arrumei, para as princesas (acesas) tvz não tivessem o cavalo certo, outras vezes, quando o casal se acertou e quis transar, tvz houvesse algum xereta por perto, agora o universo, com algum excesso, quer que eu pague por essas consultas equivocadas e não aceita as minhas desculpas esfarrapadas.

Ambos riram alto, Juliana cruzou as pernas, depois de bater no chão, os saltos. Será que fora mesmo João um guru do amor, em uma vida anterior???

A partir desse dia, sem mais agonias, João resolveu encarar com mais humor suas desventuras amorosas, não mais se cansaria de acordar lindo e maravilhoso, não mais se importaria que sofressem em silêncio, aquelas que não faziam idéia do quanto ele era gostoso.

E assim, João seguiu o seu caminho, inventando em casa situação absurda que a vida amorosa lhe reservava, um gesto, ou uma palavra de carinho. Acendendo arco-íris, como se fossem guarda-chuvas, para as mulheres, que passavam debaixo das garoas, sentiu tornar-se a cada vez, uma melhor pessoa.

Minha querida, nunca se esqueça, que todos tivemos amores passados sofridos, mas não se preocupe, foram etapas de aprendizados e crescimento, não nos tornemos reféns dessas lembranças, desses momentos doloridos, deixemos-os para trás, abramos espaço para que mais música, risos e poesias, inundem as nossas vidas.

Quem sabe, no meio de alguma dessas risadas, o amor floresça e nos redima dessas feridas, dessas histórias passadas, pesadas, nada engraçadas.

Ficarei feliz caso essa pequena história, sem glórias, tenha lhe sugerido, mesmo que apenas um leve sorriso, nesse teu amado rosto, que sempre traz, boas memórias ao meu espírito "fullgas", me ensinando a lidar com alguns desgostos.

Estarei sempre por aqui, Imperatriz, quando for para de alguma maneira, não te deixar esquecer, o quanto me é importante, te saber feliz.

Daniel.

BARTHES
Enviado por BARTHES em 29/07/2023
Código do texto: T7849086
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