Rabiscos
Rabisco coisas de dentro de mim.
As poesias que escrevo são rabiscos ,
Que saem involuntariamente,
Quase num pedido de socorro
Para serem resgatados.
São pensamentos soltos,
Que me vem de repente,
De uma forma intrusiva,
Para que eu os rabisque,
Em uma folha qualquer.
As telas que arrisco pintar,
Também me saem do coração.
Os desenhos são meros rabiscos,
Para as cores que imprimo.
Elas estão dentro de mim.
O pincel e as tintas obedecem,
A imensidão e retidão da minha alma.
E de tanto rabiscar aqui e acolá,
Percebo o rabisco da minha vida.
Rabiscos certos e incertos,
Livres ou contidos,
Apenas vou rabiscando.
Mas esses não tem borrachas,
Ou qualquer tecla que os apague,
Bem como qualquer solvente,
Para diluir e fazer de novo.
E vou por aí rabiscando...
E também já me rabisquei inteira,
Com cores que eu mesma escolhi.
Nas tatuagens que ME representam.
Mas para quem as vê de longe,
Não passam de rabiscos na pele.
Mas eu as chamo simplesmente,
De minhas DORES escolhidas.
Helô Silva