RESTA A CASCA

Uma greta, incomensurável vazio

Ode ao ódio latente a tanger minh'alma.

Donde brotam fleimões e ojerizas

Transcende o rebento e a calda espessa de nigérrima lama.

Profundamente ensurdecedor, plangente clarim

À baila, de saia rodada a zombar de mim...

Tal zunido exposto na fronte, no rosto.

No delgado rostro a cravar sua adaga

A sugar prima essência

Um esquife de sonhos - entreabertos.

Somos reles nozes nesse mundo de aluguel

Recheio silente e efêmero, tais os rios, tais as velas

Que acendem, ascendem, esquentam e tremulam ao vento.

A brisa do poeta não sopra mais.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 05/09/2023
Código do texto: T7878754
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