Estranheza

Às vezes, me olho

E não me reconheço mais

Pode ser a mesma voz

Mas não é como era antes

Não é a juventude

Talvez o peso da matéria

A alma tão cansada

Ou o mundo e suas misérias

Sofrer não escolho

Mas prefiro dores reais

Um desenrolar de nós

E um pitada de noz moscada

Numa receita relaxante

Que não tem mais sabor

Talvez seja o olhar triste

A realidade que insiste...

Em tirar a paz

Ou essa mudança de humor

Que a cada dia se refaz...