o ano

O ano se encerra e com ele as espectativas acumuladas de todos os anos;
Espera-se o desfecho final entre ânsias e expectativas ilusórias;
O tempo é milimetricamente contado;
De segundo em segundo na exatidão dos minutos;
Entre refestelanças;
A lembrança de acontecimentos trágicos e cômicos;
Na paciência das horas;
Sensações de desejos realizados ou não,
Crença inabalável na vida,
Último recurso a esperança;
O ano do javali, da prosperidade, se foi;
Agora prenuncia o ano de Marte, do combate;
E nós, mortais, nos perdemos e nos encontramos na passagem dos anos, na curva dos minutos, na estrada das horas;
Na singeleza das manhãs, na calma das tardes;
No temor da noite, nos mistérios das madrugadas;
Sol a pino, entre meios-dias;
E meias-noites
Em (des)comunhão com o semelhante;
Em reflexões sobre o sentido da vida;
entranhados nesta máquina de tempo;
Final de ano é uma pausa,
Na sombra de uma árvore,
Para verter um gole de água fresca em plena caminhada por entre taludes, pedregulhos, vistas panorâmicas, curvas sinuosas;
Para adentrar o ano, entre horas e relógios de ponto,
Na luta frenética pela satisfação pessoal;
Sem saber absolutamente de nada,
Só a certeza relativa;
Sem tempo de encontrarmo-nos em nós mesmos;
em meio a derrotas, mas prontos para o desafio,
De lutar pela vida, a vida que pletora, nas horas dos anos a fio;
Numa afirmação permanente,
Entre conflitos,
E o pulsar frémito do coração,
que bombeia fluxos de vida,
a cada segundo,
Muitas vezes despercebido;
Nas horas dos anos que passam;
Labareda
Enviado por Labareda em 23/12/2007
Reeditado em 14/06/2014
Código do texto: T789716
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