na lagoa do timbó

Primeiro as cigarras anunciam: zizizzzzzzzzzzzzz
vai chover e a chuva cai intensa,
os sapos coaxam numa sinfonia batráquia,
sons graves e agudos, lavo minhas mãos na água que desliza pelas telhas e os sapos continuam a coaxar, sons de perecas, de rãs, cururus de papo amarelo, mas tem uma rã-touro que não me deixa dormir, e o som do seu coaxar vem da Lagoa do Timbó;
Ouvi dizer que foi trazida dos EUA;
Dizem que há sapos que conseguem coaxar mesmo estando debaixo d´água! (É o caso dos sapos da  lagoa do Timbó)
Sapos têm um saco vocal e quando eles querem coaxar bem alto, enchem-no de ar;
É o caso dos batráquios da Lagoa do Timbó;
virou caso de (in) sanidade pública;
Pois os que moram em volta da lagoa não aguentam mais o sons ensudercedores vindos de lá;
Dizem que os sapos machos coaxam para atrair as fêmeas durante a época de acasalamento;
Nós aqui nesse tormento;
não sei de onde vieram tantos batráquios,
Uma rã de pele lisa e dedos longos pulula por sobre minha cabeça;
Um sapo rugoso, dedos curtos, vai de um canto a outro;
Sapos ouvem tanto quanto a gente, com a diferença que o tímpano deles fica do lado de fora do ouvido.
E quando a autoridade sanitária chega e começamos a falar mal deles eles param de coaxar;
Tem nego que tá ficando doido, dorme com balde cheio de pedras,
maldiz dos bichos;
E gente que sonha com sapos, acorda com pererecas;
São um tormento esses batráquios;
Da Lagoa do Timbó;

 
Labareda
Enviado por Labareda em 24/12/2007
Reeditado em 14/06/2014
Código do texto: T790036
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