Arquivo Morto

Eu tinha tantas pastas arquivadas de mim,

Pastas cheias de coisas

Que já não me pertenciam,

Mas as guardava,

Caso um dia não soubesse quem sou.

Quando você chegou,

Corri a te mostrar,

Como menina que mostra suas bonecas.

Eu as abri vagarosamente,

Ignorando a poeira

Que subia à minha frente,

Como a me pedir cautela.

Mostrei a você

Meus sonhos não concretizados,

Meu passado,

Com partes sombrias e dolorosas,

Meus medos não superados,

Mas principalmente,

Minhas conquistas

E medalhas que me dei.

Orgulhosamente me expus.

E você,

Depois de todo esse acesso,

Me julgou e me jogou

No arquivo morto da sua vida

Helô Silva

Helomidade
Enviado por Helomidade em 18/11/2023
Reeditado em 18/11/2023
Código do texto: T7934289
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