Arquivo Morto
Eu tinha tantas pastas arquivadas de mim,
Pastas cheias de coisas
Que já não me pertenciam,
Mas as guardava,
Caso um dia não soubesse quem sou.
Quando você chegou,
Corri a te mostrar,
Como menina que mostra suas bonecas.
Eu as abri vagarosamente,
Ignorando a poeira
Que subia à minha frente,
Como a me pedir cautela.
Mostrei a você
Meus sonhos não concretizados,
Meu passado,
Com partes sombrias e dolorosas,
Meus medos não superados,
Mas principalmente,
Minhas conquistas
E medalhas que me dei.
Orgulhosamente me expus.
E você,
Depois de todo esse acesso,
Me julgou e me jogou
No arquivo morto da sua vida
Helô Silva