UMA "ODE" À RABUGENTICE

É da incerteza incapacitante em discernir, se, cada manhã é uma benção ou uma infeliz coincidência. Carregando seu saco de ossos exauridos para cá e para lá, do peso insuportável trazido nos ombros pelo simples fato de ser quem é. De tudo ter se iniciado terrivelmente errôneo: já nascemos esgoelando aos prantos. No quanto os ditames para se viver uma vida terrena soam incompreensíveis; sabendo que: “assim na terra como no céu” – e do pavor incutido oculto nestas palavras. Não, não. Lá em cima há de ser diferente daqui debaixo. Não há condições de ser semelhante a este abismo infernal com demônios disfarçados de gente.

É da indecência do garoto pomposo em superioridade, que, uma vez foi o “amor de sua vida”, mas que injustamente projetou todos os erros das ex - amantes, em Helena. Esse “doce” de menino atormentado, fazendo dela seu bode expiatório – porque é mais conveniente delegar a culpa dos próprios erros e de outros em cima de outrem, que nada teve haver com as mazelas de seus fracassos amorosos. É sobre aquele “doce” de rapaz ridículo, colocando a responsabilidade da própria vida em cima de quem não devia: “vou matar-me e a culpa será sua”! Nem sabendo que quem mais sofria era Helena, e não ele, crendo piamente em ser o maior pobre coitado de todo o Universo; oh, Deus, ninguém nunca sofreu tanto quanto este menino, quem é Jesus ao lado dele?! É também sobre esse rapaz abastado, lá enfurnado em seu castelo imperial, abastecido de todos os bens bons que a vida poderia oferecer. Diferentemente da “vilã” que estragou sua perfeita história de vida. Ele que sempre quis ser Romeu, ou o príncipe da história de alguém… ele e suas tão tolas visões de romantismo barato. “Vais, Romeu – para o raio que te parta. Que em um milhão de reencarnações, tu não me dê o ar da graça”.

É sobre os subterfúgios criados pela mente para disfarçar a agonia visceral em perceber que acordou mais um dia, para propósitos desconhecidos. De pôr um sorriso na cara, mesmo que tudo em seu interior coopere para que queira mandar todos para a puta os pariu. Da impaciência para qualquer tipo de gente, de ter de tolerar quem já não mais se quer tolerar, nem mesmo encarar: das coisas que dia após dias se tornam impossíveis serem relevadas. Da repugnância generalizada sobre tudo e todos, disfarçada através da política fajuta da “ boa vizinhança” que às vezes apenas convém há alguns seletos “raios de sol intocáveis”. Dos incontáveis dias que se passam arrastados nesta terra amaldiçoada, não vendo a hora de toda essa balela de “é só preciso ter fé, pois a vida é bela” acabar.

Ansyel Violet
Enviado por Ansyel Violet em 21/11/2023
Reeditado em 21/11/2023
Código do texto: T7936875
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