ESCRITO 33
ESCRITO 33
Rasguei a minha fantasia.
Minha vida.
Meus mórbidos sonhos sem sentido.
Rasguei você...
De minha pele.
Rasguei os versos que você me dizia.
Rasguei também o choro.
E os pedaços que foram muitos.
Joguei ao vento.
Desfiz a minha casa.
Desfiz a minha cama.
A mala.
Como quem se despede da alma.
Eu não tenho mais medo.
Já não sei dizer.
Nada importa.
Já não lembro.
E justo eu que acreditava ser possível viver a dois a vida de um.
No um.
Solidão a dois de dia.
De noite.
Faz calor, depois faz frio...