Bela Morena

Tudo começou numa noite calma e lenta.

Lia um livro de uma escritora Chilena...

Quando de repente, perambulava ao relento,

via o brilhar das luzes, apreciava o vento.

Caminhava até à praia, pisava na areia...

Logo, avistei tochas brilhosas em candeias...

Não sabia ao certo se parava ou seguia,

estava hipnotizado, não mais refletia.

Olhava e sorria feito doido ao léu,

peguei-me imitando as núvens no céu.

Seguia as estrelas... estrelas do mar...

aflito sentia, meu coração disparar...

Andava firme, mantendo a espreita,

minha companheira sombra à direita...

Logo à frente, ouvi uma cantarola:

-Uma festa? Uma moda de viola?

Aproximei-me, então avistei a morena,

a mais bela jovem que roubava a cena...

Seu ar de donzela parecia um poema,

Perguntei seu nome, falaram-me MORENA

Naquele instante minha vida mudara...

Fiquei encantado, um sentimento aconteceu,

quando seu olhos cruzaram-se aos meus...

Como um rio que deságua no mar,

fenomenal, natural, não sei decifrar,

corpo e alma, leves feito balão no ar,

inexplicavelmente, florou o desejo de amar.

A Bela Morena se aproximou de mim,

e presunçosa me disse assim:

-Não sei porque, quero te conhecer!

Eu gaguejando disse: -Praaazeer!

-Algo me diz que farei amor com você!

Conversamos não mais que a menos,

Beijamo-nos, enfim, nos conhecemos...

Queria eternizar aquela incrivel paixão,

fazer valer as vontades do coração...

Fugimos dali, antes do amanhecer;

Não nos continhamos de tanto prazer...

Seu corpo nu, agora me pertencia,

quanto mais adentrava, mais ela gemia...

Foram momentos inesquecíveis...

Eternos orgasmos insubstituíveis...

Porém, sorrateiramente, o pior aconteceu,

adormecemos ali, nos braços de morfeu...

Não sei como, minha morena desapareceu...

Acordaram-me e disseram-me:

-Sua família, sua família a levou!

-Será que é a mesma a qual também sou?

Perplexo, pensava; acabou!

Mais uma vez o destino mostrou-se atroz,

Vi-me voando sem rumo, feito albatroz...

Amarga ilusão, meu mundo acabado...

Sentia solidão, totalmente desnorteado,

Estava fraco, quase que derrotado...

Como queria nunca ter acordado,

para jamais ter que um dia lembrar,

Da morena, que nunca deixei de amar e

que, como um sonho, logo veio e se foi.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 28/12/2007
Reeditado em 07/07/2022
Código do texto: T794720
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