Forasteira

Vi tanto mar nos desejos empoeirados. Reflexo no espelho. Alma nua nos escombros de mim. Tão bom me reconhecer essência já sendo outra versão completamente diferente. Faca cega. Fé amolada. Sigo me caçando pelas estradas afora com a intuição precisa de onde deixei o leão que nunca cavalguei. Sem o fogo do brilho cego da paixão. Longe do meu mundo. Nada mais me assusta. Vertigem torpe nos passos incertos pelo bosque. Cesta de flores para ser primavera em outras montanhas. Ah! E esse perfume de maresia emaranhado em cada fio de nós do meu cabelo. Sim! Ainda sou eu! Criança poeta. Sonhos de menina. Sinto o calor da areia escorrendo pelos meus dedos… Chega de saudades! 

Visto minha saia rodada. Vou rodopiando por aí, pés descalços. Levo comigo a bailarina, a princesa, a borboleta. Sou criatura mutante feita de poeira das estrelas…

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 26/12/2023
Reeditado em 26/12/2023
Código do texto: T7962309
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