UM TEMA

Eu sei quem sou, e isso a mim basta. Mas, por ter necessidade de me exprimir, aqui escrevo. Serei sincero? Não sei. E não serei eu a me julgar. A poesia, às vezes, me foge. E as rotas de fuga da palavra vão dar no fundo de minha alma. E vou me preparando para a próxima escrita de mim. E quando venho e escrevo, conto com o meu aprendizado. E este aprendizado, eu confesso, foi difícil e muitas vezes dolorido. Estarei reclamando da vida. De jeito nenhum, à vida eu agradeço as oportunidades que ela me deu do fazer poético, com minhas palavras. Eu sei que não alcancei os píncaros da glória da expressão perfeita do belo. E isso eu digo, porque meu coração de poeta me diz que a poesia tem que ser devotada ao belo. E existirá o belo perfeito? Ah, não sei. Mas muitas vezes admirei escritos belos que sei que custaram muito trabalho ao escritor, ao poeta. Ainda não consegui me deter sobre um escrito meu e dizer para mim mesmo: "Ah, elabore um pouco mais."

Então vou ler os poetas meus preferidos.

E quando eu dizia que não serei eu a me julgar, tinha em mente a minha consciência de que ao mostrar o escrito o leitor já estava julgando. E aqui e agora, estou sendo julgado pelo que escrevo pelo leitor.

Nesta hora, peço paciência ao leitor. Pois sei que é difícil para ele. E não vou dizer tudo.

Não sou ainda um mestre. Mestres são os poetas que leio e me fazem pensar em ser um par seu. Ambicioso demais, eu? Talvez. E talvez nem devesse confessar isso. Queria fazer desse escrito uma entidade poética. Mas, será que sei o que é poesia? Sonho em sabê-lo. O dia em que eu souber o que é poesia, será que minha escrita ainda existirá? Com certeza, não.

Então deixo aqui esta missiva, para que outrem escreva melhor que eu sobre o mesmo tema.

Aristides Dornas Júnior
Enviado por Aristides Dornas Júnior em 27/12/2023
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