Instantes...!

Os últimos instantes de uma longa vida, são os prazeres nunca vividos com que acordados sonhamos, as pétalas que odorizam uma relação, as gotas de chuva no fim de tarde nas dunas de um deserto, ou os primeiros raios de sol no alvorecer nas montanhas do Atlas, ou o som do silencio apos o ribombar de uma trovoada tropical junto a uma enseada no litoral. Sao vidas partilhadas em uma só vida que amamos.

Os últimos instantes...!

São as palavras não ditas e os sonhos não vividos , as lagrimas derramadas por uma relação que findou, ou o sorriso de do reencontro apos um desentendimento, foram os últimos instantes.

Seriam a ténue chama de um lampião que ilumina um saguão de uma mansão abandonada. lugar escolhido por dois amantes para se namorarem. Que apos encontros fugazes em lugares públicos dissimulando seus encantos. Quiseram viver a luxuria e o libido de sua paixão fugindo do anonimato, mas receosos se encontram qual amor medieval.

São agora os primeiros instantes de uma relação escondida , de sentimentos reprimidos de paixão extasiante.

Os últimos instantes, de um amor perdido, se transformaram nos primeiros instantes de uma relação inebriante de fugaz desejo de se encontrarem, de se conhecerem de se amarem de partilhar o que de bom a vida lhes reserva a cada instante,...instantes.

E a donzela que numa manha húmida e fria num refugio de montanha acorda só, seu amado a deixou só em sua alcova, se embrulha e espreita pela pequena janela de vidros quadrados típica de casa de montanha. Sente-se só naquele casarão, as brasas se apagaram do fogo da lareira no serão anterior. Seu corpo estremece de frio, tem fome, procura algo para ingerir e nada encontra, apenas se preocuparam em viajar sem se munirem de mantimentos.

Instantes ... instantes de luxuria de paixão e de libido, de amor recôndito e tórrido, viver isso é viver é amar. A cancela do pátio se abre , seu querido volta com um cesto de iguarias, pão fresco, queijo amanteigado, frutas do campo, geleia, leite acabado de ordenhar, mel silvestre, ovos ainda quentes e presunto, um café de borra coado á maneira ancestral. Iguarias para um desjejum fenomenal ,

É este o estilo de vida na montanha, comeram este manancial de paladares novos e nutritivos ao som das cotovias do cotocar do bater do pica-pau, do relinchar dos machos equídeos que nas manadas bravias destas bandas se debatem para conseguirem a primazia da cópula e de conquistarem seu harém de fêmeas na manada. sons da montanha que eternizam estes instantes.

Que bela decisão ambos tomaram de se encantarem e de iniciar uma relação que querem se eternize.

O poder do amor gera pequenos grandes instantes que poderão se tornar os primeiros ou fatalmente os últimos instantes de uma relação que sofregamente se inebriaram , que naturalmente se atraíram como o magnetismo do amor , mas os últimos instantes seriam uma serie de catastróficos acontecimentos que o status das sociedades modernas produzem, separações.

O que tinha por certo , mas não assumido, a partilha, se transformará numa labareda de ódios de incompatibilidades do fútil , de banal de barreiras . De instantes que se incompatibilizaram para sempre. Instantes....!