Quando não mais estiver cá.

Quando acabar o inverno,

Se eu porventura estiver morto,

A Primavera florirá da mesma maneira

E as árvores não serão menos floridas e imponentes que na Primavera passada.

A realidade prescinde de mim.

Fico com uma alegria enorme

Ao pensar que a minha morte pouco importe ou nenhuma

Se soubesse que amanhã estaria morto

E a Primavera era depois de amanhã,

Morreria feliz, porque ela era na Primavera.

Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?

Gosto que tudo seja real que tudo bata certo;

E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.

Por isso, se morrer agora, imponente,

Porque tudo é real e tudo está certo ou incerto.

Podem chorar e desdizer, se quiserem.

Se quiserem, podem dançar e cantar .

Não tenho preferências para quando já não tiver interferências.

O que for, se for, quando for, é que será , será que o é.