Águas límpidas
E no precioso baú onde guardamos os pertences da vida, empilhamos um amontoado de momentos e atitudes, caixas de alegrias e de tristezas também.
Lá estão as recordações da infância, o arrojo da mocidade, as certezas que abandonamos...
As lições... Ah! As lições...
Por que deixamos de aprender e subestimamos a tantas lições que a vida nos ofertou?
Antigos sonhos amarrotados, largados no fundo do baú, misturam-se às esperanças e aos desalentos. Nada mais importa.
É passado! Temos a viver o que nos reserva o futuro. Nada mais.
O amor é uma nascente inesgotável, de onde sorvemos forças para continuarmos a viver.
A deixarmos de amar, definhamos, perdemos o brilho do olhar, a expectativa do futuro.
Como água límpida e pura é o amor que desejamos e dele desfrutaremos desta forma se assim o mantivermos.
Águas incolores, insípidas e inodoras ou águas turvas. Não esperemos felicidade no amor contaminado com impurezas.
Entreguemos nosso amor em sua forma mais pura. Não imaginemos poder filtrar o amor impuro que recebermos.
Conheceremos do amor que temos a oferecer, mas não saberemos do amor que nos oferecerem, senão ao fim da vida, quando fecharmos a tampa de nosso baú.