Eterna Dança (Ou passos cósmicos entre a constância e o transitório)

Flocos de cristal, espirais infinitas

Inscrições perdidas dos Vedas,

O tempo elástico e ainda inviolável da matéria

Girando pela multiplicidade do invisível

Encobre nos vórtices dos átomos, segredos místicos da existência.

Lá fora, fracas esperanças batem descompassadas por segundo.

São borboletas exaustas pairadas sobre o absurdo.

Fogo-fátuo, quase apaga, adiante fracamente reacende,

nos restos de lembranças distorcidas pela erosão faminta do tempo.

Vívidas distopias, hipócritas premissas - vidas perdidas em nome de quem?

Pertenço a que linha (i)real que não possa ser a ilusão de alguém?

Atravesso mundos, sonhos, maldições.

Não é tudo nossa própria recreação traduzida de algo além?

O eco da eternidade indiferente é abafada pela atuação de térreos acordes pré-definidos.

E na indução desta imparável e inconsciente dança,

Diminuta frente ao transpasso dos Astros,

Ao toque eterno da mesma música, a maioria reproduz o ensaio.

Ao fim de repetida melodia,

Paga-se sem saber qual o preço do espetáculo

Os atuantes e espectadores

misturam-se em pó,

Enquanto nem um terço das estrelas

perdeu o ritmo ou errou o compasso.

Laura Mancini
Enviado por Laura Mancini em 18/03/2024
Código do texto: T8022812
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