Dei a mão ao destino, menino. Parecia aborrecido e cansado com aquele colosso de sentenças em sua bagagem.

 

Afoito, forçou-me os dedos para além da liberdade que o fazia presunçoso: nunca antes questionado, fizera de sua decisão um "altar intransigente".

 

Tentei tocar-lhe pelas costas, esperando que me mostrasse o mistério que carregava. O segredo do tempo aborrece os que o perdem no desalinho da trajetória.

 

Travesso, riu da minha esperança. Enquanto o seguia, a vida ia se distanciando numa velocidade inalcansável.

 

Fui perdendo as forças na corrida contra o tempo. O destino não gosta de relações impulsivas.

 

Parei no campo da escolha. Gramado verde, seco num quadrante. No centro um relógio do sol; esperei os ponteiros mirarem a hora.

 

Perdi-o de vista. Olhei para as mãos que o seguraram e vi linhas. Se soubesse lê-las, ao menos percebê-las, deixaria em paz o destino.

 

Agora, olhando com calma para as escolhas, já que o destino se foi, abraço o mapa  das emoções que me deram norte...

 

Ah, se soubesse antes que o destino era a bússola... Teria dado ao coração o direito de mudar de direção.

 

 

 

 

 

Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 04/04/2024
Reeditado em 04/04/2024
Código do texto: T8034690
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