hiperbólico

As rimas não deslizam no parque, elas devem estar ocupadas compondo o horizonte que você esculpiu com os seus passos. No dia em que prometi empurrar os cataclismos para longe de você, eu não estava sendo hiperbólico. Já soprei dois tornados e congelei um vulcão, agora espero ser ofuscado pelo contorno dos seus lábios. A tarde já vai partir, não pule na correnteza que divide o mar e o céu, a parte mais escura está florescendo e incitando o ocidente à sonolência. Foi em alguma avenida do Japão, o som da sua voz viajou as fronteiras e despejou água de uma fonte. Nos meus olhos, só assisto aos grãos sobrevoando a sua imagem, existe um tipo de esmero na sua silhueta que alimenta a inveja das estrelas. Os submarinos ainda sonham em profundezas maiores que sua incidência, você é um tipo de domingo que anuncia a segunda-feira sem previsões para folga. Eu estava falando sério quando disse que te vi patinando na luz que acalentou meus olhares, você atravessou uma passarela que eu costumo chamar de laços.