O Trilho

Passam por mim, sonolentos e pesados, ao sol de um entardecer, amarelado. Soltam fumaça, a qual dança e fuligem, a qual passeia em nuvens de chumbo maciço. Alguns sorrisos acolá, outros distantes que o cheiro enfraquece nos rios e lagos de papel.

Há matizes que repousam num instante em que a luz se apaga e uma vela no escuro desaparece. As cargas tombam sobre mim no momento em que os cometas saem de órbita. Sufocam minha ressonância ecoando meu silêncio frio e pálido.

Gotas de chuva laranja caem em meu corpo férreo, reluzindo a fumaça que desliza. Ao longe, serras e pássaros surgem no espelho. Eu, trilho do mundo, adormeço...