A casa do Lago

Acabei de assistir um filme, que fala de tempo, espera, esperança, amor......

Um amor com hora marcada, com tempo determinado para acontecer......se eu não tivesse vivido uma parte disso, acharia um filme fantasioso, mas ele é mais realista do que eu gostaria hoje.

Vivi uma vida, acreditando no amor, na espera, no tempo.....e agora, hoje, isso não vale mais para mim.

Mas valeu durante muito tempo, e não sei ainda, por quanto tempo mais valerá.

Mas não pode ser muito mais, porque uma andorinha só não faz verão, e para amar é preciso uma só pessoa, a outra pode nunca saber, ou pode não retribuir, e amor sem retribuição fica sem sentido, apenas magoa e dói.

As pessoas não deixam simplesmente de amar quando bem entendem, elas podem tentar e fazer um esforço tremendo, para que isso aconteça.

Depois de tanto tempo........meu coração dói, minha alma dói.....mas acho que é a única saída honrosa.

Mas pensar que resta um fio de esperança, isso me mortifica, pois sei por tudo o que foi dito e o que não foi feito, que não há esperança.......que teima em ficar enroscado no meu coração.

Preciso parar, preciso descansar, preciso decidir, preciso esquecer.....não sei ainda como esquecer quase 40 anos, mas é preciso, pois este amor não tem tempo marcado, nunca teve, nem terá.

Foi uma ilusão criada a partir de um amor adolescente, que foi ficando cada vez mais forte e distante, mas sempre presente.

Sempre a minha primeira opção.

E de alguma forma, deverá ser minha última opção, ou melhor nenhuma opção.

Vou conseguir, vou adiante, vou voltar a crer no amor, não com tempo marcado, nem esperar, vou apenas deixar acontecer.

Rosemari

13/10/07