NOS BRAÇOS DO VENTO



 
Estilhaços de uma vida apaixonada
que a carne machucaram,
percorreram o tempo instigando transformações
nos sentimentos e na minha caminhada


Na contramão do desenfreado caos instalado,
tratei e curei as chagas que sagravam
,
libertei da alma, usando as próprias mãos,
o grito prisioneiro do desejo, do gozo e do prazer


Recolhi os cacos dos sonhos pisoteados,
reconstituí as partículas encontradas,
varri do telhado inúmeras estrelas apagadas,
renovei o ar há anos mal respirado


Diante da visão de indesejáveis paisagens
expurguei metafóricas e assustadoras imagens
e à sombra do passado distante,
entreguei meu corpo nos braços do vento