Um Dedinho de Prosa.

Estou com depressão,depressinha

e com o resto da família.

A noite durmo com a solidão.

Durante o dia a deixo dormir,

e parto para a traição.

Tomo cápsulas de abandono

e outras tantas de ilusão.

De manhã saio com várias lembranças.

À tarde levo a tristeza para passear,

e me embreago com a decepção.

"E acabo discutindo futebol.

Aí pergunto a Deus,escute amigo,

se foi para desfazer por que é que fez?

Mas não tem nada não,tenho meu violão".

Agora faço safadezas com o silêncio.

Escrevo coisinhas e me recolho

à minha própria insignificância.

As ruas dormem,estou na Bálsamo,2641.

Nenhum latido,nenhuma palavra,

nenhum gesto,nenhum ruído.

Apenas a solidão me abraça

e me mastiga no colchão.

Estico-me na pele das palavras,

e a poesia fica me jantando.

Sei que a morte nos espreita,

chega a nos lamber com a mão.

Oh! Menina ciumenta!

Américo Paz
Enviado por Américo Paz em 28/01/2008
Código do texto: T836592
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