Elisa Lucinda
O que Elisa tem que toca?
Se é técnica, dom, gene, maluquice, pouco importa.
Temos que admitir que ela abre portas, abre almas, abre bocas e lábios.
Ela é escancarada, descarada, dada, amada, santificada.
É pleonasmo e sinônimo. Elisa é antônimo.
É Maria, é Madalena, é samaritana.
Madalena negra: a quem não ouso jogar pedras, apenas flores.
Elisa é repleta de amores, é vivida, é mulher.
Puramente lisa, funda, profunda.
Essa mulher afunda tanto quanto bóia. E bóia de tão leve.
Elisa, Lucinda... é figura, retrato. É moldura, nem é álbum.
Há de se colocar na parede do quarto para que antes de dormir, não se venere. Mas, que preencha de sonhos o silêncio das paredes.
(texto apresenta aúdio)