AS BRUXAS FEDEM

Inda assim, prefiro as bruxas

Verdes, prásinas ou em colméias

A me serem opostas pela escassez de sonhos.

Inda assim, prefiro os tolos

Que, cheio de sonhos, cheiram

Às raízes estuporadas, latem.

Inda assim, prefiro os atores

Com os cantos atrozes em demasia

Cativam olhares, céus e purpurina.

Sou pouco neste mundo desviado

A me caçoar em andar – e em arfar – impoluto

A me manter nas esquinas, e de olhos cerrados.

Ser-me-iam cruéis se não me fossem quadrinhos

Se, por entre minas e calores, gozassem dois tédios

Não os teriam em lado meu, nem um pouquinho.

Inda que me fossem calçadas

Matando a inflorescência da vida

Inda assim, ir-me-iam escolher os olores.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 04/02/2008
Reeditado em 01/07/2009
Código do texto: T845524
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.