quem sou eu

Vivo em estranhas noites Kafkianas, um dia aqui, outro ali/burilando meia dúzia de palavras gastas de fundo de baús pseudo-literários/Sempre no interlúdio/Não tenho legado, não tenho grana, residência fixa, nem bom passado/tenho sim é muita dificuldade para acertar o ponto final no final certo/Mas sigo lançando os dardos a esmo/Sou pessoa um tanto curiosa e enigmática/porém atrativa aos mais espertos e versados nesse tipo de manha/Amiga leal, boa para viagens e confissões na madrugada/Empresto (às vezes dou) quase tudo que tenho/Nem um pouco apegada a capitais de nenhum gênero/Contra a propriedade privada/Sou onde tem oxigênio e placebo ou qualquer mínima possibilidade de borboletas/Minha aparência é mansa e serena, tirei o máximo do elemento água/Aprecio o milagre das violetas/Deixei a teosofia de lado, para ser existencialista só de raiva/Não me arrependo/ Em núpcias com o vento, outra vez de férias de mim/Esfíngie tardia que só descansa com poesia.

Jan Morais
Enviado por Jan Morais em 13/12/2005
Reeditado em 18/07/2006
Código do texto: T85455