Dualidade

Hoje senti seu perfume e lembrei-me de nós dois,

Recordei intensos momentos vividos,

Lembrei do fogo abrasador que envolvia nossos corpos,

Da chama da paixão que envolvia cada olhar

E hoje apenas sopro as cinzas das doces recordações

Espalhando ao vento cenas de um romance que não sei se já acabou,

Ainda restam algumas lenhas que não foram queimados...

Hoje vi você de longe e me perguntei:

O que aconteceu com nossos sentimentos?

Se é que houve sentimentos!

Momentos, só momentos... e algo mais?

Sinceramente essa resposta não sei...

Sei que hoje, ao avistar o lugar que nos conhecemos, uma ansiedade me envolveu e o medo tomou conta de mim...

Quando entrei e te vi, eu não só olhei pra você, mas pude contemplar através de seus olhos todo o meu desejo e minha repugnância, minha alegria e minha nostalgia, meu prazer e meu descontentamento, minhas fraquezas e a coluna central do meu castelo.

Ao te ver pude sentir tudo...

Amor e raiva, ódio e desejo,

Vi na minha fonte e meu desejo de beber se esvair e ao mesmo tempo minha fome pelo meu banquete que estava ali...

Você é me causa tudo isso e é mais:

É meu troféu e minha culpa;

Meu pecado sem perdão, minha redenção;

Meus erros e meus acertos;

Meus dons e meus defeitos;

Você é tudo isso:

Tudo o que repugno e tudo que mais quero;

O que desejo e o que desprezo;

O que aborreço e desejo

E tudo o que há de ruim em você

Eu esqueço depois do primeiro beijo...

Teresina, 12/02/2008 às 23:24h