Regando Saudades

Saudade de ter saudades de mim, da poesia que ficou calada repousando sem certeza de querer vir a luz...

Saudade do amanhã que não sei se verei pelo frio que me assola a alma inquieta,

das estradas que não irei trilhar, dos amores que jamais terei, das noites insones olhando para o infinito na certeza de que vale a pena esperar...

Saudade de ouvir estrelas, de beber serenos e comungar com o silêncio, o mesmo que sabe murmurar canções doces para me embalar os sonhos e sabe gritar insolente diante das minhas amarguras...

Saudades da insensatez da melhor idade, quando cada lágrima é tão mais preciosa porque já não é mais de um choro bobo, têm valor especial porque se espaçam no tempo e são tão mais condensadas...

Quisera deter o agora e contê-lo em doses que pudessem caber em cada hora do amanhã que nem sei se terei...assim quando a saudade me visitar eu saberei vivê-la com sabedoria, sem amarguras...simplesmente saboreando a emoção de saber um dia ter sentido a vida na sua totalidade...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 14/12/2005
Código do texto: T86015
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