Fantasmas do passado

O passado, simplesmente, passou. E que um dia foi vivo (e que vivacidade!), hoje jaz a sete palmos sob a terra. Ou pelo menos é o que eu penso. Ou pelo menos é assim que deveria ser. Não, por favor, não seja uma assombração malvada, daquelas que voltam apenas para pegar o meu pé e fazer-me tropeçar enquanto eu ainda vivo. Você não deve fazer isso porque não tem o direito de fazê-lo. Na verdade, era eu quem deveria voltar para fazer com que você sempre lembre de mim. É, eu deveria fazer isso. Ao menos se fosse eu quem tivesse ido. Mas não foi

Quem foi, foi o sentimento.

E isso, para uma mente fraca como a minha, é muito provável que dê as suas caras de tempos em tempos. Fazer o quê se eu tenho recaídas? Mas acredite, minha cara, estou treinando para superar. Não bastasse o que aconteceu entre nós ter subido ao andar de cima e ser enterrado, como eu ainda faço questão de, sempre que puder, pisar em cima de sua lápide, pra eu ter certeza de que nunca mais eu veria os reflexos dos nossos beijos em meio à pouca luz e muito Rock and Roll.

Foi-se.

Vá de retro.

Suposta nova vida começa.

Demorou mais do que eu esperava, mas ele resistia em bater as botas.

Eu resistia que ele batesse.

Mas chega uma hora em que não dá mais.

E nós seguimos as nossas vidas... ou pelo menos tentamos.

Esperando que nenhum fantasma volte para nos assombrar.