Trevo de quatro folhas

Quero um trevo de quatro folhas...

Eu quero, eu quero, eu quero.

Trás sorte, muita sorte, me disseram.

É raro, não se encontra em todo lugar,

Daí seu caráter mítico.

O outro não tem, poucos o têm, é o suficiente para mim: eu quero!

‘- Tome, tá aqui... com carinho o seu trevinho.

- Ah! Meu trevo de qua... três folhas.

Olha, caiu uma folhinha no caminho.

- Não, não, é assim mesmo...

- O quê? Pode levar.

- Não quero!’

Eu quero um trevo de quatro folhas,

Três é a maioria, eu sei,

Mas não é quatro.

Uma viagem, outras terras, muitos trevos.

Todos de quatro folhas, com um me presentearam.

O quê? Todos tem quatro folhas. São muitos.

Deixou de ser raro,

Não hei - de ter tanta sorte em si.

Não quero!

Assim é com esse meu coração juvenil.

Procurou tanto por amores raros,

Príncipes encantados.

Ofereceram-lhe afeto sincero,

Ofereceram-lhe muito, três medidas de amor.

Não quis, era pouco.

Foi longe buscar o que tinha bem perto.

Encontrou muitos, iguais, produção em série.

Se decepcionou...

Retornou ao amor genuíno,

Percebendo que para se fazer ninho...

Três folhas é mais do que suficiente!!!

Deise Caroline Nunes
Enviado por Deise Caroline Nunes em 18/02/2008
Código do texto: T864659
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