Trevo de quatro folhas
Quero um trevo de quatro folhas...
Eu quero, eu quero, eu quero.
Trás sorte, muita sorte, me disseram.
É raro, não se encontra em todo lugar,
Daí seu caráter mítico.
O outro não tem, poucos o têm, é o suficiente para mim: eu quero!
‘- Tome, tá aqui... com carinho o seu trevinho.
- Ah! Meu trevo de qua... três folhas.
Olha, caiu uma folhinha no caminho.
- Não, não, é assim mesmo...
- O quê? Pode levar.
- Não quero!’
Eu quero um trevo de quatro folhas,
Três é a maioria, eu sei,
Mas não é quatro.
Uma viagem, outras terras, muitos trevos.
Todos de quatro folhas, com um me presentearam.
O quê? Todos tem quatro folhas. São muitos.
Deixou de ser raro,
Não hei - de ter tanta sorte em si.
Não quero!
Assim é com esse meu coração juvenil.
Procurou tanto por amores raros,
Príncipes encantados.
Ofereceram-lhe afeto sincero,
Ofereceram-lhe muito, três medidas de amor.
Não quis, era pouco.
Foi longe buscar o que tinha bem perto.
Encontrou muitos, iguais, produção em série.
Se decepcionou...
Retornou ao amor genuíno,
Percebendo que para se fazer ninho...
Três folhas é mais do que suficiente!!!