Acerca de um Carnaval
Atualmente o mar que se mistura assim ao céu. É a vontade de ser meio que família; esse intimidade divertida. Do Vinicius: as piadas, a dancinha, as poesias (as velhas e as novas) e o conforto do ombro amigo. Do “que é que Cacá quer”e das cartas que chegam no Quartinho dos Fundos, à Rua do Banheiro. Daquela coisa de fazer comida em parceria com senhor Granja, manjericão e alecrim (embora seguindo aos conselhos da velinha da peixaria). Do roubar de doces-surpresa à geladeira. De chorar pelo Rei Leão com senhor Spatziani. Do compartilhar de crises existenciais com Julex, sem diminutivos. De comprar e vender ações, do ouvir conversas às janelas e combinar assassinatos, papéis e documentos forjados. Dos cigarros de sulfite. Dos Antigos Carnavais de Marchinha, do bloco que segue na chuva. Saca saca rolha. De noite é João, com aquela voz. Do responder História Natural, Artes e Esportes. De respeitar Capitão Zezé e negociar rádios. Do se arrumar só pra nós, assim seriamente. Fever e Yellow Fever. Trocar o dia pela noite, é de noite é de manhã.. Aquela voltinha ao vencedor do pôquer. Tudo isso aos cuidados da Guarda Nacional. Pra terminar no cinema, na estréia do filme do Burton.
(Assim, devia ser sempre Carnaval no Brasil.)