NÓS, ESCARLATES
A hora faz-se oportuna e exige-nos a esta data, desacender os pingos em luzes que dezembro nos dispôs. Enterremos em nossa alma aquele brilho da singela luzinha e nos armários os rolos e mais rolos de fios energizados que a cada findar de ano nos embranquece os cabelos. Que assim seja até o fim do ano próximo. Espero que até lá eu prospere e entre os dedos, que eu ainda possua as garras para reencaixá-los em cada ponto seu estratégico: em sua brilhantura e poder de iluminar não apenas uma lâmpada que se sintoniza à força superior ligada à energia, mas acendê-los aos pulmões da terra ainda não possuidores de algum milagre do ar ou aquele do líquido escarlate correndo como em galopadas a cada novo ano.
Do escarlate ao mais obscuro dos obscuros líquidos. Que este chegue ao que não o possui; não ao que o tem às mãos, porém não se faz digno. Que parta de nós, escarlates em flor.