NOJO

Os chocalhos

Chocalhos!

Vagam por estratos, luzes e lampejos

A começar por mim

Medo do qual sou ventríloquo.

Últimos versos parcimoniosos

Navegam sobre a ética sacra e amanteigada

Da cor do atum, perfume: tolueno

Enquanto quedes terras saem da boca morta

Miséria em vivência pouca não combina.

Mas, li!

Naqueles olhos de pedras, vazios demais

Não os tenho em estradas, nem os reconheceria

Só se fossem minhas filhas com pérolas em colar

Aliterando plenas vozes cerradas em olor cítrico.

Meu raso infindo lado crítico se foi com a idade

Em meio aos dias que deixei de gritar

Por estar com rugas em regiões hemisféricas

Por trocar o bife a sangrar pelo rabanete leproso

Quanta perda! Quanto nojo!

Agora, lamento aos seus semelhantes

No jogo de damas, em praça pútrida

Com moleira corada e cara de tacho

Dali, um despacho (velas, parati e um crucifixo)...

A galinha? Foi-se!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 03/03/2008
Reeditado em 24/04/2008
Código do texto: T885343
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