Sem título, sem razão

Hoje eu não sou mais eu, me sinto fora de mim

Quando morreu minha alma, como fiquei assim?

Talvez fossem suas mentiras, seu teatro

Será que desisto e me fecho em meu quadrado?

No porão da alma há ruídos, e objetos caídos

Onde tropeço pois nem me lembro mais

O que caiu ali, quando limpar tal caos? Jamais?

Quero um sonho que me motive, incentive.

Quero carinho que complete, que cultive.

Que me âmago não sucumba, numa tumba.

Onde a morte sonda e suga, lasciva e muda.

Quem me dera plantar flores, tantas cores.

Queria saber a culinária, e sentir todos os sabores.

Talvez me embriagando em meu sentir eu prossiga

Ou só siga, a vida que me priva, me cativa em espinhos

E nem sei mais quais caminhos meu passos seguem

Sou cega, andarilha errante, sem certezas, só rancor

Decepcionada com aqueles que juravam quase amor

E me escondo atrás de mascaras, farsas que finjo acreditar

Meu pesar, de ter noites insones de sono profundo

Pois onírico é real, meu mundo, de analgesia.

Tão vazia, calma minha, noite fria de calor infernal!

Me ame! Imploro me ame, me chame, me queira

Diga que sou sua linda, sua vida, sua sereia

Sou seu sonho bom, seu desejo de metade

E faça-me crer que é verdade, para que de ilusão

Eu agüente o real, como tal, vil e finito

O meu grito, na garganta, quase canta

A vontade de ter, oh sem face

Me abrace pois me sinto profundamente só....

T Sophie
Enviado por T Sophie em 06/03/2008
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