Escrever é colorido

Estive pensando no quanto se é colorido escrever.

Escrevemos sobre uma vida, ou várias.

Sobre nós, sobre pessoas ativas ou solitárias.

A beleza encontramos nas letras por vezes em preto, mas dela saem histórias e poemas muitas vezes de um colorido lindo.

Escrever sobre a infância é sempre colorido, lembranças de crianças, detalhes de brincadeiras, de meninos e meninas sorrindo.

Até mesmo quando escrevemos a dor, transpondo-a ao papel ou que seja, nestes tempos modernos, numa página em branco do computador, ela - a dor - aos olhos e mãos de um poeta do preto se torna multicores entre trocadilhos de dores e amores.

A madrugada nem sempre é escura, aos olhos de um poeta sempre existirá uma lua, ainda que pense ser solitária sendo rodeada por estrelas e por tantas pessoas que passarem por uma rua.

Escrever é colorido porque ainda que lágrimas escorram da face de quem leia ou até mesmo escreva, algo de bom poderá surgir.

Seja um acesso de choro ou de riso, seja excitação por algum texto mais explícito, não importa, escrever e ler será sempre preciso.

As cores parecem saltar da leitura para a vida, o preto que antes era fúnebre se torna um básico sedutor, o que antes anunciava a dor, em vestidos sensuais e lingeries demonstra a paixão e o amor.

Em tudo o que escrevo tem cores, ora tristes ora alegres, não importa.

Aprecio o arco-íris em letras e sentimentos, o aconchegar a leitura na lembrança de deliciosos momentos.

Apenas com cores podemos ter essas emoções.

Na ausência dela o vácuo é tudo o que resta, podendo absorver todo o resto, sem deixar sequer nossas recordações.

HM Estork CCoelho
Enviado por HM Estork CCoelho em 21/12/2005
Código do texto: T89123