Sonhos de uma menina triste

Pequenina menina

Esperta em magia

Encantava noite e dia,

com um olhar triste

Nela a vida sorria,

Desprovida...

Era triste e vazia.

Dons não lhe faltavam

Alguns diziam:

Vai ser artista

Por achá-la bonita.

Outros olhavam tanto

A lhe botar quebranto.

Ai vinha a benzedeira

Numa hora santa

Cobria-lhe com um rosário

O pai nosso, ave Maria

Era sempre no fim do dia

Que desfazia o encanto

Retirava o quebranto

Olho grande e feitiçaria.

E assim a menina crescia

Já menina moça.

Olhava por baixo quem via.

Tímida mas diferente

Inteligente e sensível.

Entre irmãos...

Em casa ou na escola

Era sempre destaque.

Nos estudos tinha fé

Vagava caminho a pé

Caminhos veredas abertas

Andava léguas...

Em pleno sertão.

Em meio a mata seguia

Saltitante sobre pedras

Espinhos e águas paradas

Insetos de todos, fugia

Nas primeiras horas do dia.

Na busca do aprender,

como uma fonte emergia.

Sonhos ainda distantes

Em sua mente se fazia.

Percebia-se que a sua

Permanência ali,

era só questão de dia.

Já órfã de mãe...

Também perdeu o pai.

A vida pregou-lhe peça

A um outro destino traçou.

Abandonou-lhe...

Escravizou-lhe...

Traumatizou-lhe.

Era só uma menina!

Pra que tanta dureza?

Desejava ser alguém

Era a sua própria natureza.

Sua realidade era outra...

Foi usada e abusada

Pelo seu encanto e beleza.

Machucaram seu sentimento

Ninguém nunca percebeu,

e nem nela reparou...

O SOFRIMENTO.

Cicatrizes enormes ficaram.

Cicatrizaram... Mas marcaram...

Zaía Cruis
Enviado por Zaía Cruis em 10/03/2008
Código do texto: T895008
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