O MENDIGO
Quem sou eu?
Não sou nada
Sou um alguém
Ando descalço,
Mal vestido...Sujo!
Cabelos embolados,
Despenteados, vivo nas ruas
Durmo nas calçadas
Sem casa,
Meu colchão?
Montes de papelão
Meu cobertor?
Uma camisa, um lençol
Minha comida?
Ah! Que marmita como o que resta,
Pedaços de pão, restos de feijão
Nem carne e nem galinha
Pego tudo que achar, algumas pelancas
Ou nos ossos a gordurinha
Isto é, quando chego cedo,
Porque a concorrência é grande
Há uma multidão nessa caçada
À sobrevivência, sem escalada
Num grande lixão, onde o meu ganha pão
Não com gravata e paletó
Não, sou um ninguém
Ninguém me quer bem,
Sou apenas um mendigo.