O MENDIGO

Quem sou eu?

Não sou nada

Sou um alguém

Ando descalço,

Mal vestido...Sujo!

Cabelos embolados,

Despenteados, vivo nas ruas

Durmo nas calçadas

Sem casa,

Meu colchão?

Montes de papelão

Meu cobertor?

Uma camisa, um lençol

Minha comida?

Ah! Que marmita como o que resta,

Pedaços de pão, restos de feijão

Nem carne e nem galinha

Pego tudo que achar, algumas pelancas

Ou nos ossos a gordurinha

Isto é, quando chego cedo,

Porque a concorrência é grande

Há uma multidão nessa caçada

À sobrevivência, sem escalada

Num grande lixão, onde o meu ganha pão

Não com gravata e paletó

Não, sou um ninguém

Ninguém me quer bem,

Sou apenas um mendigo.

borgesmilagres
Enviado por borgesmilagres em 12/03/2008
Código do texto: T897962