O PERDÃO
Ameniza-te neste instante
Num pensamento curto e sublime
Descartam-se as tuas mágoas
E nunca mais as retrates
Nas cataratas da cachoeira
Ou numa grande tempestade
Deixa-lhe andar vulgarmente
Sem se importar com o destino
Avante farás progresso
E o tempo o informará
Após a derrota de frente
Estarás à espera, a consolar.
Vistes de olhos abertos
Os passos longos a andar
Proferindo palavras sábias
Todavia, sem nada sanar.
Quando olhastes à frente
Com um semblante azul anil
Os olhos pestanejaram,
As lágrimas desceram no brio
A boca rosnando, a tremer,
Balbuciando e gaguejando
Sem mais nada poder dizer
Olhando o céu no infinito
Sem poder com os dedos tocá-lo
Ajoelhou perante o onipotente
Conseguindo assim, logo em seguida,
Sem mesmo mostrar os dentes
E todo o seu perdão
Mesmo com o coração na mão
Deus foi muito conivente.