O PERDÃO

Ameniza-te neste instante

Num pensamento curto e sublime

Descartam-se as tuas mágoas

E nunca mais as retrates

Nas cataratas da cachoeira

Ou numa grande tempestade

Deixa-lhe andar vulgarmente

Sem se importar com o destino

Avante farás progresso

E o tempo o informará

Após a derrota de frente

Estarás à espera, a consolar.

Vistes de olhos abertos

Os passos longos a andar

Proferindo palavras sábias

Todavia, sem nada sanar.

Quando olhastes à frente

Com um semblante azul anil

Os olhos pestanejaram,

As lágrimas desceram no brio

A boca rosnando, a tremer,

Balbuciando e gaguejando

Sem mais nada poder dizer

Olhando o céu no infinito

Sem poder com os dedos tocá-lo

Ajoelhou perante o onipotente

Conseguindo assim, logo em seguida,

Sem mesmo mostrar os dentes

E todo o seu perdão

Mesmo com o coração na mão

Deus foi muito conivente.

borgesmilagres
Enviado por borgesmilagres em 14/03/2008
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