FAZENDO AMOR NO SERENO DA NOITE

Evaldo da Veiga


Estando ali, era naquele local e naquele momento,
que tínhamos que tirar da vida o bom de viver.
Vida é o agora; o depois se vive depois.
E assim, percebi que o sereno da noite,
dosava a temperatura dos nossos corpos,
que estavam a mil.
Também, ela ali, em meus braços...
Estava bom, muito bom, nem sei como dizer.
E fazer mais o quê?
Tudo que o amor ditar, o amor sabe dizer.
Ela quietinha, falava somente com os olhos,
que refletiam o brilho das estrelas.
Boca entreaberta, naquele jeitinho
de quem controla os gemidos receando acordar o amanhã.
Medo de o lindo sol surgir antes do tempo.

Quem está fazendo amor amando,
sob os eflúvios da noite,
fica querendo segurar o tempo.
Cenário belíssimo...

Não tínhamos sede e nem fome,
que não fosse de amor,
alimento que não dá fastio...
A relva perfumava o seu corpo,
e dava para sentir o perfume da sua alma.

Ela estava mais deliciosa do que nunca,
e nela o prazer renovava-se, sempre.

Estávamos em início de romance
e nossos corpos se tratavam com tal intimidade,
que pareciam ter nascido visinhos,
vindos da mesma videira,
cada qual do seu pé de uva.
O amor faz gozar, e como.
Ele também ensina o jeitinho, e ensina bem.

O que nós fizemos para estarmos tão contentes?
Tudo aquilo que o amor insinua e faz o corpo querer.

Os detalhes?

Conto depois!

Imagem: Tela do Salvador Dali

evaldodaveig@yahoo.com.br