prenúncio da dança

vidros coloridos de sangue esventram a rua

pedaços de vida íntima, higienes nauseabundas

lixos violam a solidão do momento

e tu deixas o mundo morrer-te em cima

há papéis e panfletos, cartazes e flyers

existem indícios do medo

sociedade faz-se um mais um

os que amam a nudez do nada

correm lentidões

ecoam cânticos

badalam sinos, gemem ilusões, mão cheia de factores que pululam no circo

e nós, abandonados, no prenúncio da dança.

são marcos (2005)

Nuno Trinta de Sá
Enviado por Nuno Trinta de Sá em 28/12/2005
Código do texto: T91144