prenúncio da dança
vidros coloridos de sangue esventram a rua
pedaços de vida íntima, higienes nauseabundas
lixos violam a solidão do momento
e tu deixas o mundo morrer-te em cima
há papéis e panfletos, cartazes e flyers
existem indícios do medo
sociedade faz-se um mais um
os que amam a nudez do nada
correm lentidões
ecoam cânticos
badalam sinos, gemem ilusões, mão cheia de factores que pululam no circo
e nós, abandonados, no prenúncio da dança.
são marcos (2005)