duplo prazer

há em vós, que orais ao silêncio, um gesto cru

que desce do parapeito de sonhar

rumo à queda

que há em nós

a vertigem de viver é sonho, sim,

na estrada que desviamos: é essa a rua nua

eis o caminho, áspero, lama-lima-lume-leme

no duplo prazer de brincar com letras

me deito e levanto

todos os dias da minha vida.

são marcos (30 de maio de 2004)

Nuno Trinta de Sá
Enviado por Nuno Trinta de Sá em 28/12/2005
Código do texto: T91312