duplo prazer
há em vós, que orais ao silêncio, um gesto cru
que desce do parapeito de sonhar
rumo à queda
que há em nós
a vertigem de viver é sonho, sim,
na estrada que desviamos: é essa a rua nua
eis o caminho, áspero, lama-lima-lume-leme
no duplo prazer de brincar com letras
me deito e levanto
todos os dias da minha vida.
são marcos (30 de maio de 2004)