VOU POR AÍ

Acordei muito antes de saber a vida,

Antes ainda de ser criança, adolescente ou adulto.

Sou tudo o que há e o que não existe sequer.

O que era vosso e a ninguém mostrou,

Aceitei-o eu e fui, onde nem havia o que pôr.

Nasci e morri constantemente – sendo que era vossa a palavra.

Dei-vos o que semear e como à terra deixá-lo.

Abri-me em flor, sem espaço para o preconceito

Nem o impossível e regurgitei-me,

Até que me doessem os ouvidos, tocados pela crueza,

Do que está e respira.

Pelo caminho, deixei meu nome – parti.

Não chamem por mim.

Jorge Humberto

(10/06/2004)

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 28/12/2005
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