loucos, os poetas

a carta cinza de botto, a madrugada cinatti

timor deve ter lívida aurora e sol quente, musicado

se lembram dos brasis todos e da multa, tão rasgada quanto tu

loucos, os poetas, burka e cereja

na preguiça das noites, voláteis, gentis do dia

no seio derramado, na estrada, a frescura tua, brisa,

agora têmpera.

doce recente me quis, os pretéritos baldios

não há mundo para as horas

não existem horas de mundo (quando manhã nos agride o medo)

e mentimos para os pés, fecundos

e as mãos não respiram

toda a nata tem nata, pétreos ficamos na máquina, normal

tal como nós, poetas loucos de luz e vibrafone.

são marcos (26 de fevereiro de 2002)

Nuno Trinta de Sá
Enviado por Nuno Trinta de Sá em 28/12/2005
Código do texto: T91504