loucos, os poetas
a carta cinza de botto, a madrugada cinatti
timor deve ter lívida aurora e sol quente, musicado
se lembram dos brasis todos e da multa, tão rasgada quanto tu
loucos, os poetas, burka e cereja
na preguiça das noites, voláteis, gentis do dia
no seio derramado, na estrada, a frescura tua, brisa,
agora têmpera.
doce recente me quis, os pretéritos baldios
não há mundo para as horas
não existem horas de mundo (quando manhã nos agride o medo)
e mentimos para os pés, fecundos
e as mãos não respiram
toda a nata tem nata, pétreos ficamos na máquina, normal
tal como nós, poetas loucos de luz e vibrafone.
são marcos (26 de fevereiro de 2002)