Aqui Morre a Poesia.

Mãos frias ,sem alma

sem a mínima sensibilidade

precisas, com afiados bisturis

verdadeiras navalhas na carne

erram, não costuram a aorta já quase morta

nada importando com cicatrizes, feridas

dores, sofrimentos profundos

num breve estalo, louca, descabida alucinação

dessecam o gélido corpo quase sem respiração

rasgam, rompem, sangram veias do coração

destroçam, picam o diário da memória como fosse lixo

deixando cacos , restos a escorrer pelos porões, esgoto

só restando um risco, um borrão

e uma cruz bem ficada,

cravada no peito do meu chão !

Juiz de Fora/MG-26/03/08

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 27/03/2008
Código do texto: T918299