A  RUA 

     À noite fica triste. É deserta, muda e parece não se importar com a melancolia que  transmite  aos  seus moradores e aos que por ali passam naquele momento. Chega  a ser ingrata, porque não registra barulho que a criançada faz durante o dia; as crianças que com suas  brincadeiras inocentes chegam a incomodar os mais idosos e aqueles que esqueceram que foram crianças um dia.
     As árvores, ao fundo, mesmo frondosas são esquecidas naquela rua deserta e triste. Com a chuva miúda convida as pessoas a se abrigar debaixo de sua folhas verdes, que, à noite, parecem desbotadas e sem brilho.  É como se as pessoas tivessem pressa de deixar a rua. Rua deserta e melancólica que não sabe sorrir aos  transeuntes. Parece cultuar somente a tristeza...
     O vento, quando sopra mais forte causa revolta nas árvores que se aconchegam umas às outras como se pedissem abrigo. Através de suas folhs sem viço, corre uma chuva miúda e gelada como se fossem lágrimas de nostalgia.
     E a rua a tudo assiste, não se importando com o sentimento alheio.



     

Vilma Tavares
Enviado por Vilma Tavares em 29/03/2008
Código do texto: T922731