Versos de moça, boneca de louça....
De onde vem, oh versos ferozes!
Como prender ou libertar?
Sou morada de algo que não eu?
Há em mim românticos prestes a matar?
Onde cabe a doçura de mil sorrisos?
Como expressar a loucura do sonhar?
Se vôo, sem asas em meio ao irreal
Se me mata a finitude que teima em se achar imortal!
Ah tristeza, moléstia da incerteza
Medo de cada passo, de sair do compasso
De canção indefinida, embriagada, saudosa vida
Onde esconder de minha face, há sempre um espelho que grita
Onde escondo da consciência que sussurra conselhos
Que dita mas não ameniza anseios
Inexatidão, encaixe ilusório, compaixão
Pena, misericórdia, justiça, luta discórdia
E o relógio girando sem pressa
Terminando tudo, o que começa
Beleza sem verdade, riso da vaidade
Lagrima no canto dos olhos, emoção sem fidelidade
Ousando me dizer louca transpirando sanidade
Buscando o “sem nome” e chamando de verdade
Cabe o consolo de uma abraço?
Cabe a lascívia de um “amasso”?
Cabe na serenidade a paixão?
Cabe no ideal, a realidade tocada na emoção?