Reencontro
Perdido na mais tenra idade, logo
Empreendi infindável busca em sua procura.
Aos sete anos, pensei tê-lo encontrado na Primeira Comunhão,
Mas soube que Cegonha e Papai Noel eram histórias da Carochinha,
Então o perdi outra vez.
Vivo esta faina incabível,
Campeando em noites insones e amores sem fim.
Certa ocasião, pensei enxergá-lo no rosto de quem despertou
Meu arrebatamento,
Mas aquela pessoa não podia ser eu, então voltei a minha lida.
Vezes sem conta, vi-o descendo a correnteza do rio,
Porém o sentido das águas era contrário ao meu,
Então basbaque, atentei a contempla-lo
Distanciando-se sempre mais de mim.
Busquei-o no ouro e na prata, na beleza que despertava
Em meu corpo jovem,
Mas frustrada, não o reconhecia no espelho da manhã.
Em tardes modorrentas, penso enxerga-lo no vôo dos pássaros
E arrulhar das pombas. Então, deslumbrada,
Encanto-me com a graça de sentir-me viva,
Ainda que alheia de mim.