Reencontro

Perdido na mais tenra idade, logo

Empreendi infindável busca em sua procura.

Aos sete anos, pensei tê-lo encontrado na Primeira Comunhão,

Mas soube que Cegonha e Papai Noel eram histórias da Carochinha,

Então o perdi outra vez.

Vivo esta faina incabível,

Campeando em noites insones e amores sem fim.

Certa ocasião, pensei enxergá-lo no rosto de quem despertou

Meu arrebatamento,

Mas aquela pessoa não podia ser eu, então voltei a minha lida.

Vezes sem conta, vi-o descendo a correnteza do rio,

Porém o sentido das águas era contrário ao meu,

Então basbaque, atentei a contempla-lo

Distanciando-se sempre mais de mim.

Busquei-o no ouro e na prata, na beleza que despertava

Em meu corpo jovem,

Mas frustrada, não o reconhecia no espelho da manhã.

Em tardes modorrentas, penso enxerga-lo no vôo dos pássaros

E arrulhar das pombas. Então, deslumbrada,

Encanto-me com a graça de sentir-me viva,

Ainda que alheia de mim.

Marluiza
Enviado por Marluiza em 06/04/2008
Reeditado em 07/06/2008
Código do texto: T934156