SONO INGRATO
No limiar da cefaléia
Trouxas e trouxas de verdade
Fonte apelativa, imagem
Comendo por fora, reunindo
Abrindo bocarra, prensando
Casando com a dor, dançando
Tirando para lanchar
Brecando conversa, ontem
Suspenso e hibernando, o morcego
No espeto donde urram lendas
Grita, canta, geme e brami
O pecado à sala de estar, aventa
Reinventando o tédio ante a cara fosca
Grita, conta uma história sacra
Geme, treme e fremi diante do espelho
Chora, escuta, baba, nada
Lambe a justiça, regurgita
Briga, caça, lança e arrebata
No limiar da hora boa, adormece.