Amor em motor

Garimpo a cada dia buscando pepitas de ouro, pedras ou algo que me faça mais feliz.

Um dia num desses garimpos, entre barro e areia, deparei-me com alguém, passando então a aprendiz.

Dias que nem sequer sonhei viver.

Amor que jamais pensei ter.

Poesias que tanto esperei por escrever e ler.

Nosso tesouro, de tão raro e caro, de tão amado e apreciado, se torna cobiçado.

Por vezes, enganos e desespero nos mostra palavras duras em errôneos enredos.

Por vezes, uma lágrima que se deixa cair, seja um tipo de lubrificante para algum motor.

Talvez o motor do carro mais antigo que de tanto usado e vencido, esquente com sua dor.

Nem sempre sabemos o que fazer, como agir, para fazer com que funcione sentindo o tamanho de nosso amor.

Ficamos realmente numa cilada, onde não entendemos o rumo tomado pela jornada.

Sabemos do sentimento vivido.

Da existência desse ser querido.

A água nem sempre podemos enxergar onde esteja.

Mas fazemos um carinho que seja, e esse motor, cansado de tanto ser mal usado, se faz cansado.

O temor passa a ser por quanto tempo agüentará desse jeito ser amado.

Mais uma vez está o coração.

No lugar em que sempre vence a cretina e fria razão.

O que responder?

O amor tudo sabe.

Amar a todo ser humano cabe.

E o motor se faz retificado, entretanto, nem de todo curado.

Pois a cura vem com o tempo, o tempo do amante extasiado.

HM Estork CCoelho
Enviado por HM Estork CCoelho em 04/01/2006
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