NO ABISMO DAS ENTRELINHAS
Ah, passos malditos!
Sapateiam alicates em minha alma fatigada
Neste outono de esmeralda, neste inverno na calçada
Que me hão nos galhos, que me regem por primeiro
Nem que fosse pleno Janeiro, ledas e gentis coxas.
Ouso entediar-me
Por tolas rochas semi-plantadas, ausentes
Alínea da inconstitucionalidade, azedume
Lanço ao fundo, pseudofruto abundante
Uma só réstia de amor no torpor do alcatra.
Não há nada, não há quase tudo embaixo da escada!
É no capacho gingado de rubro pezinho que descansa a ave
Outro dia, ali no cio, mugiam as galhofeiras
Sob inquisitório e zafimeiro céu, à letra mascada
Intumescendo páginas de tijolos, dentes de bugalhos.
Letras!
Pobres letras do horizonte rejeitado
Fossem abelhas a produzir o véu, fossem colméias a adjudicar por mim
Contudo, faz-se tarde a noite no tempo [sapos resmungam]
E riem – outrora, liam – de mim, do inteiro e de todo o servo.